sexta-feira, setembro 19, 2008

Jornada de esclarecimento e convocatória para a Selecção Nacional

Decorre amanhã nas instalações da FGP um encontro entre a equipa técnica e potenciais convocadas para a SN_GR.
Com o intuito de apresentar o projecto e ouvir as atletas, este encontro promovido pela Federação antecede o inicio dos trabalhos da Selecção Nacional.


Não fosse todo o historial mais recente, e aqui estaríamos todos contentes com o facto de as atletas serem convocadas e iniciarem a nobre tarefa de representar o seu país. No entanto, e por tudo o que aqui tem sido tema principal de conversa, será uma manhã de alguma apreensão, dúvidas e em alguns casos, receio mesmo pelo que qualquer acto possa resultar num futuro próximo.

Algumas interrogações ficam obrigatoriamente na nossa mente, como por exemplo, "o que pode acontecer a uma atleta que opte por não representar a SN?", ..."como observarão esta reunião atletas que recentemente estiveram injustamente castigadas e que, mal saem do seu castigo, são novamente colocadas à prova pela FGP?"

Vamos aguardar para ver...

segunda-feira, setembro 15, 2008

Chefe de missão dos Jogos Olímpicos suspeito de mau uso de dinheiro do Estado

Subsídios públicos envoltos em polémica
Chefe de missão dos Jogos Olímpicos suspeito de mau uso de dinheiro do Estado

Manuel Boa de Jesus, um dos dirigentes mais influentes no desporto nacional e chefe da missão portuguesa aos Jogos Olímpicos de Pequim, está envolvido em várias irregularidades na administração de financiamentos do Estado.

Uma auditoria feita às contas do World Gymnaestrada 2003, um projecto por ele presidido, que trouxe a Portugal milhares de atletas, aponta para várias irregularidades financeiras e sugere a existência de uma contabilidade paralela. Há mais de 20 anos quadro do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) e actual presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), Boa de Jesus nunca foi, contudo, sancionado, nem teve de repor qualquer verba, continuando a gerir centenas de milhares de euros de subsídios governamentais.

Para além de administrar, enquanto presidente da FGP, financiamentos oriundos do Orçamento do Estado, Boa de Jesus revelou ter um papel determinante no financiamento do Comité Olímpico de Portugal (COP), participando nas negociações com o secretário de Estado do Desporto relativas às verbas a atribuir para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.

Entre as irregularidades indicadas no relatório, datado de Dezembro de 2005 e realizado por uma sociedade de revisores oficiais de contas à comissão organizadora do World Gymnaestrada 2003 (WG 2003), estão a acumulação de remunerações por parte de Manuel Boa de Jesus, várias infracções fiscais, a inexistência de contratos com fornecedores, um “descontrolo absoluto” no que toca às receitas e o desvio de centenas de milhares de euros de patrocínios e financiamentos públicos para os cofres da FGP, da qual este técnico de carreira do IDP era, à data, vice-presidente.

Outro aspecto muito delicado, mas este não citado na auditoria, teve que ver com a participação de um amigo de Boa de Jesus, e então seu colega de direcção da FGP, nos negócios com a Gymnaestrada. Como o próprio Boa de Jesus confirmou ao PÚBLICO, Rodrigo Silva Gomes deixaria a direcção da FGP, já depois de participar na preparação do Gymnaestrada, “para poder” ganhar o contrato para o marketing e publicidade do evento, através da empresa Interact, de que é sócio maioritário.
Os auditores apenas referem que a Interact foi um dos parceiros do evento relativamente aos quais “nunca existiram contratos, nem foram divulgadas as respectivas condições”.

Manuel Boa de Jesus defende-se, afirmando que “nada disso tinha indícios criminais” e sublinhando o êxito da organização: “Não me arrependo de nada. Consegui que o Gymnaestrada não desse resultados negativos, algo que não é muito normal em Portugal.”

O IDP, sob a direcção de José Manuel Constantino, aprovou quatro contratos-programa com o WG 2003, a maioria deles assinados pelo então ministro do Desporto, José Lello, que totalizaram mais de dois milhões de euros, em 1999, 2000 e 2001. Estes acordos não “estabeleciam fins específicos para as verbas atribuídas, referindo apenas a sua correcta utilização no projecto em questão”.

O evento contou também com o financiamento de outros ministérios, institutos e autarquias.

No final do WG 2003 - e apesar de Boa de Jesus inicialmente ter promovido a ideia, em declarações à imprensa, de que os dinheiros governamentais eram escassos e punham em risco o evento - os resultados acabariam por ser muito relevantes: quase 1,8 milhões de euros, que acabaram por ser uma forma de financiamento indirecto da FGP.

Os auditores sustentam que isso permitiu que a FGP passasse “de uma situação de desequilíbrio financeiro, como a que se verificava até 2001 (...), para uma situação de total desafogo financeiro, como o comprovam os elevados depósitos à ordem e a prazo que a FGP” detinha à data da auditoria.

Na sequência da referida auditoria - encomendada pelo IDP, nunca tornada pública e só agora consultada pelo PÚBLICO - e de denúncias particulares, a Polícia Judiciária abriu um processo de averiguações que se mantém em aberto. Não terá, contudo, feito quaisquer diligências entretanto.

Processo arquivado

Ao que o PÚBLICO apurou, os investigadores do Departamento Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira aguardam por novos dados, nomeadamente pela comunicação por parte do IDP do resultado de um processo disciplinar interposto a Boa de Jesus.

Ora, sucede que este processo já foi arquivado. Segundo afirmou o IDP ao PÚBLICO, concluiu-se não existirem “motivos e fundamento legal” que apontassem para uma “infracção disciplinar” no que respeita à “acumulação de funções”, visto que “a acumulação de remunerações, por si só, não constitui uma ilegalidade”. No processo disciplinar não foram relevadas muitas outras matérias suscitadas pela referida auditoria - apesar de serem várias e, segundo os autores da auditoria, inequívocas, as irregularidades de que Boa de Jesus foi responsável.

Quer o IDP, quer a Secretaria de Estado do Desporto não permitiram a consulta do referido processo disciplinar e recusaram esclarecer quando foi aberto e concluído.

Ainda segundo o IDP, o resultado deste inquérito disciplinar foi enviado para o Ministério Público. A Procuradoria-Geral da República, questionada sobre o assunto, afirmou não existir qualquer processo “relacionado com os factos”.

In: Público
Por: Ricardo Dias Felner

terça-feira, setembro 02, 2008

DEPOIS DE PEQUIM & REGRESSO À COMPETIÇÃO

E DEPOIS DE PEQUIM…

O nosso rescaldo, escaldado por metas irreais ou mal estabelecidas, por incompetências ou assumidos despotismos! Um futuro incerto para a GR e para as ginastas!

No rescaldo da "primeira participação portuguesa bem planeada e quase científica", os Jogos Olímpicos de Pequim foram o que foram, colossais, à maneira chinesa, com uma propaganda pró-partido claramente visível. Com montagens de imagens, com playback, com uma liberdade reduzida e regulada ao milímetro. Nenhuns jornalistas, tanto quanto nos foi dado a conhecer, se preocuparam em solicitar acesso a zonas polémicas, ainda que fosse só com a justificação de registar os efeitos dos JO's pela China adentro (se os chineses fazem propaganda política, porque não deveria ser feita contra-propaganda?!).


Novamente a polémica do método de contagem de medalhas (escalonamento pelas medalhas de ouro ou pelo número total de medalhas), ainda que só os EUA continuem a exigir este último método. Até um correspondente sénior australiano dizia: "todos utilizam o escalonamento com base no número de medalhas de ouro! Se os americanos querem ser diferentes, é com eles!".


Muitos, muitos recordes que caíram, entre eles, o do nosso Carlos Lopes, mas a nossa participação foi desastrosa, pese a justificação, mais uma vez, atabalhoada de Manuel Boa de Jesus que sublinhou que "esta tinha sido a primeira vez que se tinha feito um planeamento a sério e estabelecido metas concretas".


Sim, inicialmente, 11 medalhas. Depois 5, como meta real, e finalmente 4 para termos 2 medalhas! Terá havido planeamento, mas o método e a gestão do mesmo foram insuficientes!

O mérito foi de Nelson Évora e de Vanessa Fernandes, mas acreditamos que todos os atletas quiseram dar o seu melhor. O mal vem de trás e de cima! Da incompetência de muitos dirigentes e organizações, da falta de estruturas (físicas e até do próprio sistema de ensino), da falta de parcerias efectivas com a sociedade civil, do pouco interesse que os próprios média dedicam às actividades desportivas, para além do avassalador futebol!


Nota negativa para o Presidente do COP que, ora saia, ora ficava! Fazendo fé no que foi anunciado oficialmente, a Missão Olímpica Portuguesa (MOP) ficou muito, muito aquém do que tinha estabelecido como meta! Responsáveis directos e morais que são Vicente Moura e Boa de Jesus, lá para o fim do ano, logo que fosse entregue o relatório, deveriam ambos afastar-se!


Vergonhoso o convite feito por Boa de Jesus ao atleta Marco Fortes para deixar Pequim "antecipadamente"! Mais uma vez, Boa de Jesus mostrou no que era bom: "A punir atletas, a torto e a direito"! Se isto é ser bom dirigente….a FIG que o leve já!


Por fim, o SEJD, Laurentino Dias, escusou-se a pronunciar-se sobre a MOP e os seus resultados, antes de ter o tal relatório nas mãos, mas é evidente que ele já assumiu uma posição, nem poderia ser doutra forma!



POR CÁ, O REGRESSO À COMPETIÇÃO

Regressando de férias estaríamos, noutras alturas, a preparar as coreografias e acertos gímnicos para a competição de Conjuntos de Ginástica Rítmica. No entanto, este ano, devido ao acerto do calendário desportivo pelo calendário escolar tal não irá acontecer. Iniciamos o trabalho com o arranque de uma nova época desportiva, com todas as vantagens e desvantagens que isso possa trazer à modalidade, (para já foi o sacrifício da prova de conjuntos) esperamos que no final o resultado seja para melhor.

A FGP lança agora o "Cartão da Ginástica" com benefícios para quem o subscrever. Este cartão não se destina exclusivamente aos praticantes mas sim a todas as pessoas "amigas da ginástica". Aos ginastas, técnicos, juízes e dirigentes será entregue na altura da inscrição, podendo ser, para os restantes interessados, adquirido pelo valor de 7.50€.

A APAGR deseja a todos um bom regresso de férias e um bom início de época desportiva.

FOTO: rubensprich-reuters